Entenda como o primeiro console da Sony mudou a indústria dos videogames, consolidou a era 3D e redefiniu a forma como jogamos.
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Publicado em 30 de setembro de 2025
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Por Maycon Alves
Poucos consoles conseguiram marcar tanto a história quanto o PlayStation 1. Lançado em 1994 no Japão e em 1995 no restante do mundo, ele não foi apenas um videogame de sucesso comercial, mas sim uma verdadeira revolução cultural e tecnológica. Ao apostar no formato de CD-ROM e em gráficos tridimensionais, a Sony inaugurou uma nova era para os jogos eletrônicos.
Curiosamente, o nascimento do PlayStation está ligado à Nintendo. No início dos anos 90, a Sony trabalhou em um protótipo para o Super Nintendo CD-ROM, que permitiria rodar jogos em CD. Porém, divergências contratuais entre as empresas levaram ao fim da parceria. Ao invés de desistir, a Sony decidiu lançar seu próprio console — uma decisão ousada, que mudaria para sempre a indústria dos videogames.
A grande aposta da Sony foi o CD-ROM, um formato que armazenava até 700 MB de dados — muito mais do que os cartuchos de 8, 16 ou até 32 MB usados por concorrentes como Sega e Nintendo. Esse espaço extra permitia gráficos mais complexos, trilhas sonoras orquestradas e cutscenes cinematográficas.
O PlayStation 1 chegou no momento perfeito para consolidar o 3D poligonal. Jogos em 2D ainda dominavam os consoles, mas a Sony apostou em mundos tridimensionais que pareciam futuristas para a época.
Esses títulos mostravam que o jogo eletrônico não era mais apenas diversão infantil: ele podia ser cinema, música e interatividade em uma única mídia.
A Sony conquistou os jogadores não só pela tecnologia, mas também pela sua estratégia de mercado. Ao oferecer royalties mais acessíveis e kits de desenvolvimento simplificados, atraiu diversas produtoras — incluindo muitas que haviam se afastado da Nintendo e da Sega devido às restrições criativas.
Isso permitiu ao PlayStation ter uma biblioteca imensa e diversificada, que variava de jogos infantis como Spyro the Dragon a experiências adultas como Silent Hill e Parasite Eve. Em poucos anos, o console se tornou a escolha natural para desenvolvedores independentes e grandes estúdios.
O PS1 não apenas vendeu jogos — ele ajudou a redefinir o perfil do jogador. Pela primeira vez, os adultos passaram a consumir videogames em massa, impulsionados por títulos maduros, narrativas complexas e experiências imersivas.
Além disso, o PlayStation estava em sintonia com a cultura dos anos 90. As trilhas sonoras muitas vezes incorporavam rock, eletrônica e até composições orquestradas, criando uma atmosfera única. Quem viveu a época lembra da sensação de colocar um CD de jogo no som e ouvir faixas escondidas.
O sucesso foi imediato: o PlayStation 1 se tornou o primeiro console da história a ultrapassar 100 milhões de unidades vendidas. Em seu catálogo, foram lançados mais de 7.900 jogos, cobrindo praticamente todos os gêneros.
Alguns dos maiores sucessos comerciais foram:
Mais do que um videogame, o PS1 foi um divisor de águas. Ele abriu caminho para o PlayStation 2, que se tornaria o console mais vendido da história. Também consolidou a Sony como líder na indústria de games, posição que ela mantém até hoje com o PlayStation 5.
O legado do PlayStation 1 pode ser resumido em três pontos principais:
O PlayStation 1 foi mais que um console: ele foi um símbolo de transição. Representou a passagem dos jogos simples e bidimensionais para experiências complexas, cinematográficas e tridimensionais. Ele não apenas mudou a forma como jogamos, mas também como pensamos os jogos.
Quem viveu os anos 90 dificilmente esquece o som do logo da Sony Computer Entertainment e o carregamento inicial do PS1 — um verdadeiro portal para uma nova era.